A síndrome de Usher é composta por um conjunto de
doenças genéticas, que se caracterizam principalmente pela presença de
deficiência auditiva neurossensorial. Ela também pode ser chamada de síndrome
Usher-Hallgren ou síndrome de disacusia.
Seus primeiros relatos foram realizados por Von Graefe, no ano de 1858 e
Liebreich em 1861, mas foi em 1914, quando o oftalmologista britânico C. H.
Usher descreveu a sua natureza hereditária, que ela se tornou conhecida até os
dias de hoje.
Como foi citado acima, a síndrome de Usher é uma doença hereditária, que se
caracteriza pela perda da audição e também pelo prejuízo progressivo na visão
do paciente.
Esta segunda ocorre por causa de uma retinose pigmentar (RP), que costuma
surgir entre a adolescência e a idade adulta da pessoa, podendo prejudicar
também o seu senso de equilíbrio.
Existem três principais tipos da síndrome de Usher, que vamos te explicar a
seguir:
– Tipo 1 (USH1C): os pacientes que possuem o tipo 1, já nascem com uma grande
perda na sua audição, além de ter problemas consideráveis no senso de
equilíbrio, contando também com os primeiros sinais de cegueira noturna e perda
da visão periférica no começo da adolescência;
– Tipo 2 (USH2): para estes pacientes, os recém-nascidos já iniciam a sua vida
com uma deficiência auditiva de moderada a severa e se mantendo estável, com
uma retinose pigmentar progredindo de forma mais lenta do que no tipo 1;
– Tipo 3 (USH3): este é o tipo mais raro da doença, sendo documentado apenas no
ano de 1995, com as crianças nascendo com a audição boa, ou apenas levemente
prejudicada, sendo que a perda dela e da visão começam a se dar na época de sua
puberdade.
Em todos os casos citados acima, a audição se perde devido a uma mutação
genética, que acaba afetando diretamente as células da cóclea (órgão do ouvido
interno, também responsável pelo equilíbrio).
Este mesmo problema ocorre nas fotorreceptoras da retina, que causam a perda da
visão ao longo do tempo.
Para que uma criança manifeste os sintomas da síndrome de Usher, é preciso que
ela herde duas cópias de um gene mutante, um de cada pai. Vale ressaltar que
pessoas com apenas um destes raramente mostram qualquer tipo de sintoma durante
a vida.
Para saber se a criança possui a síndrome de Usher, é preciso que o médico
responsável faça os exames clínicos e seus respectivos testes, sendo o “teste
da orelhinha” o mais conhecido deles, também o responsável por detectar a
surdez precoce.
Se for contatado que a criança tem alguma deficiência auditiva, dependendo da
sua gravidade, apenas a realização de alguns testes genéticos poderá dar mais
respostas. Se for constatada a indicação dos genes mutantes, podem ser
solicitados exames de equilíbrio e também de visão.
Por cada tipo se manifestar de uma forma e em fases diferentes da vida de cada
paciente, é possível que esse diagnóstico seja dificultado, acontecendo por
vezes de forma tardia.
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