Dicas para professores melhorarem no ensino com crianças deficientes auditivas

Dicas para professores melhorarem no ensino com crianças deficientes auditivas

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva com a Semana da Acessibilidade Surda, de 2019, revelou que existem cerca de dez milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil. A surdez se torna um obstáculo ainda maior nas salas de aula, uma vez que não há muitos métodos para adaptação ou não são postos em prática. Confira, a seguir, dicas para facilitar a aprendizagem de crianças surdas.

A atividade pedagógica não deve ser pensada de maneira linear, ou seja, o trabalho de um professor deve absorver as relações e as concepções da sociedade com que ele lida diariamente. Dessa forma, o profissional se torna mais do que apenas um reprodutor de teorias criadas. Isso vai de encontro com a educação que muitas crianças surdas encontram. 

A realidade da educação de surdos no Brasil:

De acordo com o Senado Brasileiro, a linguagem de sinais, embora usada por milhões de surdos, ainda não é muito difundida fora do grupo. Além isso, a quantidade de escolas especializadas no ensino inclusivo para deficientes auditivos é muito pequena. Assim, eles acabam estudando em instituições que não estão preparados para recebê-los, em termos de equipe, recursos e estrutura.

Alguns colégios optam pela contratação de um intérprete, mas conforme havíamos comentado, a tarefa do educador é muito mais do que passar informações. Em síntese, os alunos com limitações auditivas têm o desempenho prejudicado e podem, inclusive, perder a motivação pelos estudos.

Turmas mistas também são uma realidade facilmente encontrada dentro das salas de aula. A justificativa é o discurso da inclusão. Contudo, o processo de aprendizagem é completamente diferente e, na maioria dos casos, alunos deficientes têm mais dificuldades com o conteúdo.

Como melhorar a educação de crianças surdas?

O Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES), do Ministério da Educação (MEC), incentiva e investe em metodologias e pesquisas que ajudem a inserir deficientes auditivos tanto nas escolas, como no mercado de trabalho. A mudança na educação da população surda do país, porém, precisa passar por alguns âmbitos para chegarmos ao objetivo final.

O primeiro deles diz respeito às instituições de ensino. Deve haver especializações e condições estruturais para receber os pequenos. Um exemplo é a quantidade de alunos por classe. Quanto menor o número, mais fácil será o processo de aprendizagem e inclusão.

O segundo fator fundamental para o avanço da educação é o papel do professor. Educadores precisam ser instruídos desde sua formação para tal atividade, seja através de metodologias diferentes de ensino ou a universalização da linguagem de sinais. Dessa forma, a universidade também tem seu lugar na luta por uma educação melhor.

O tempo para que os professores adaptem as suas tarefas para um método mais inclusivo, dentro de sala de aula, também é essencial para que as crianças tenham uma oportunidade melhor de aprender.

Confira algumas dicas para professores de como tornar esse processo mais fácil e positivo: 

1) Procure manter seus lábios a mostra para que os alunos consigam fazer leitura, caso seja necessário;
2) Invista em materiais de apoio, como listas, apostilas e outros livros para complementar o que foi dado em sala;
3) Utilize mais recursos visuais;
4) Deixe que o aluno com deficiência auditiva sente mais perto de você;
5) Cuidado com a linguagem corporal e evite virar de costas;
6) Se usar vídeos, procure os que têm legendas.

Ainda falta um grande caminho para percorremos até chegarmos a uma educação de qualidade para todas as crianças. No entanto, com o esforço e capacitação dos personagens necessários, a conquista é certa!

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