No nosso nascimento, somos recebidos no mundo com uma variação de sensações que, em um primeiro contato, causam estranheza.
É na primeira infância que começamos a apresentar habilidades auditivas e de fala. Portanto, é essencial uma atenção redobrada dos pais para que, caso a criança não as desenvolva, exista um diagnóstico precoce.
Ao contrário do que muitos pensam, a nossa percepção auditiva se inicia antes mesmo de nascermos. Segundo o artigo “Percepção auditiva e desenvolvimento inicial do cérebro”, da pesquisadora Minna Huotilainen (Universidade de Helsinki, Finlândia), o nosso cérebro começa o desenvolvimento das percepções de memória e sentido para compreensão das coisas ao redor, inclusive a fala, já na barriga da mãe. Por isso, assim que chegamos ao mundo, conseguimos reconhecer sons familiares, percebidos durante o período fetal.
A importância do som na primeira infância
O recebimento dos primeiros estímulos sonoros é essencial para que o bebê consiga desenvolver a fala. Até os três meses, por exemplo, as reações acontecem por meio de ruídos fortes e repentinos, em que o choro é uma forma de linguagem para chamar atenção da mãe.
Ao longo dos próximos meses, a criança começa a ficar mais atenta aos sons, percebendo, inclusive, a entonação de voz, além de começar a emitir suas primeiras palavras, mesmo que indecifráveis.
Do primeiro ano de vida em diante, um vocabulário básico começa a se formar. Portanto, é essencial que o bebê receba influência de diversos sons durante esse período, claro, sempre acompanhado de indicações profissionais.
A habilidade de escutar e, consequentemente, falar, também pode ser estimulada pelo contato do bebê com outras crianças mais velhas. Um ambiente seguro e com cuidado dos pais também oferece uma grande vantagem, principalmente se a exposição acontecer por meio de músicas. Os bebês aprendem muito rápido, então, quanto maior a exposição, maior será o desenvolvimento da comunicação falada.
O desenvolvimento da linguagem na deficiência auditiva
Em relação ao desenvolvimento da fala em crianças com deficiência auditiva, é extremamente importante que exista um diagnóstico precoce, para que as providências necessárias sejam tomadas. Logo, é essencial que os pais estejam atentos para qualquer dificuldade que seus filhos possuam, ainda nos primeiros meses de vida.
Quanto mais cedo a descoberta, melhor será o encaminhamento de procedimentos que reduzem o impacto da deficiência na linguagem e habilidades cognitivas. Isso pode variar, de acordo com o grau da perda auditiva, por isso a importância do acompanhamento de fonoaudiólogos e o uso de aparelhos auditivos. Só assim, a criança terá a possibilidade de seguir a sua jornada de crescimento, aumentando seu aprendizado do mundo.
As próteses auditivas são uma das opções mais utilizadas em casos de crianças com deficiência auditiva, já que permitem o acesso ampliado dos sons, ajudando no desenvolvimento da fala.
O monitoramento frequente dos pais deve continuar mesmo com o uso dos aparelhos e acompanhamento de fonoaudiólogo, pois somente eles convivem diariamente com a criança, conseguindo apontar as dificuldades e os avanços dos filhos.