O desemprego é um mal que assola um percentual elevado de brasileiros. No caso das pessoas com alguma limitação física, a situação é ainda mais grave: são poucas as empresas que contratam de forma espontânea pessoas com deficiência. Apesar da existência da lei 8.213/91, criada em julho de 1991, que determina que as empresas com mais de 100 funcionários precisam destinar um percentual de suas vagas – entre 3 e 5%, especificamente – às pessoas com deficiência, ainda não há, na maioria das organizações, a real inclusão dos deficientes.
Nesse texto, abordaremos a inclusão de surdos no mercado de trabalho, apontando algumas medidas que podem ser adotadas pelas empresas em prol dessa inclusão. Esse assunto lhe interessa? Então continue a leitura!
A inclusão social é fundamental para qualquer portador de deficiência, desde o âmbito familiar até o profissional. Porém, conforme dissemos anteriormente, a existência de uma lei que assegura o direito à inclusão no mercado de trabalho não é o suficiente. A seguir, listaremos algumas das dificuldades mais comuns enfrentadas pelas pessoas com deficiência auditiva no ambiente de trabalho:
• Comunicação difícil no momento da entrevista
Pode parecer contraditório, mas muitas empresas, sobretudo aquelas que se preocupam apenas com o atendimento à lei e não com a inclusão eficiente das pessoas surdas, não dispõem de intérpretes para a comunicação durante a entrevista de emprego. Considerando que, no Brasil, segundo o IBGE, mais de 2 milhões de pessoas presentam deficiência auditiva severa, esse dado é extremamente preocupante, já que, nesses casos, a comunicação sem a presença de um intérprete se torna muito difícil.
• Preconceito
Infelizmente, muitas pessoas ainda acreditam que portadores de deficiência auditiva são menos capacitadas para realizar determinadas tarefas, pensamento fruto do preconceito e da ignorância. Muitos ainda têm dificuldade de compreender que um portador de deficiência é tão capaz de realizar as tarefas que lhe foram atribuídas quanto qualquer outro funcionário.
• Dificuldade de adaptação
Muitas empresas ainda contratam deficientes auditivos somente para cumprir a lei, e acabam não se preocupando com a adaptação e integração adequada do funcionário surdo à realidade da organização. As dificuldades de comunicação costumam ser o maior obstáculo para que essa adaptação ocorra de forma satisfatória.
• Escolaridade insuficiente
As dificuldades de inclusão educacional também repercutem de forma bastante grave na inclusão no mercado de trabalho. As escolas não costumam estar preparadas para receber estudantes surdos, e essa deficiência na educação é, muitas vezes, um dificultador para a capacitação adequada e acesso às melhores oportunidades de trabalho.
É fundamental que as organizações adotem medidas que permitam a inclusão efetiva dos portadores de deficiência no ambiente de trabalho. Algumas ações possíveis são:
• Conscientização dos colegas de trabalho e gestores em relação ao funcionário surdo, com vistas a evitar preconceitos;
• Contratação de intérprete de Libras para melhorar a comunicação;
• Implantação de tecnologias e equipamentos que auxiliem o funcionário na execução de suas funções;
• Atenção ao perfil do profissional no momento da atribuição de funções (um funcionário surdo que se comunica através de leitura labial não pode, por exemplo, trabalhar em um ambiente que dificulte essa leitura).
É fundamental que a empresa enxergue esse funcionário como um colaborador tão importante como qualquer outro, tendo em mente, também, que não realizar as adaptações necessárias pode caracterizar discriminação e gerar multa para a empresa.